Este é um tópico muito interessante para mim, pois se ainda não sabes tenho formação em Design de Moda, e esta integração entre os vários mundos onde me movimento tem sido extremamente enriquecedora.

Ainda nos tempos de faculdade houve um tema que me interessou particularmente, a estimulação neurológica criada pelas peças de roupa que usamos todos os dias. Existem várias formas desta estimulação acontecer, mas vou falar de uma das mais importantes para a meditação, a pressão. A nossa pele, tida muitas vezes como o nosso “maior órgão”, contém imensos terminais nervosos que activam o nosso cérebro de forma a que tenhamos uma maior perceção do mundo. Vulgarmente poderíamos chamar a este aspecto o tacto, mas existem coisas para lá do simples toque.

Sempre que estamos a usar uma peça de roupa mais justa estamos não só a criar uma zona de contacto, como estamos a activar uma série de terminais nervosos que vão passar o dia a dizer “está aqui alguma coisa!“. Por outras palavras o nosso cérebro mesmo que tente descansar, vais estar sempre com uma chamada de atenção a essa zona.

Não é complicado observar que em diversas culturas os hábitos das pessoas ligadas às práticas religiosas são, na sua maioria, hábitos largos com pouca forma. É comum inclusive que sejam peças cuja forma não é desenhada à imagem do corpo (quase que são simples panos). O propósito poderá variar em cada cultura, mas uma coisa é certa, se o vestuário estiver afastado do corpo físico o nosso cérebro estará muito menos estimulado e por sua vez mais calmo e receptivo à “viagem astral”.

É por isso que, independentemente do tipo de meditação que estamos a fazer, eu recomendo sempre:

  • Uso de roupa larga, de preferência sem elásticos ou cintos.
  • Evitar elementos pesados como fivelas, relógios, brincos, etc.
  • Evitar os tecidos mais pesados ou que possam criar alguma irritação na pele.
  • No tempo frio é preferível uma manta leve e quente que muitas camadas de roupa.

Por último, usem peças que gostem! Pode parecer estranho mas não é… Quem nunca teve que usar uma peça de roupa emprestada porque ficou uma noite em casa de um amigo? Que nem é necessariamente feia, mas apenas não é um hábito nosso. Por mais “escondida” que a peça esteja vamos passar o dia a relembrar a sua presença, e por isso também é importante que usemos sempre peças que nos deixem confortáveis a todos os níveis, inclusive ao nível estético.