O Yule está a chegar

O Yule está a chegar

Este ano passou quase sem darmos por ele. Tanta coisa diferente que ficará na história e ao mesmo tempo, tantos dias fechados e forçados a aceitar um ritmo completamente diferente.

A energia do Yule está a começar a fazer-se sentir, o movimento de recolhimento vai aumentando e com ele a análise mais profunda. E agora perguntas e bem, “não tive toda uma quarentena para entrar em análise profunda?”, claro que estivemos todos nesse movimento mas é no Yule que a luz é menor, que o frio mata as colheitas e começamos a viver este tempo com tudo aquilo que estivemos a “semear” nessa quarentena fantástica.

O Atlas não foi uma exceção, também eu estive em mudanças profundas ao longo do ano. Agora, no Yule, adoro silenciar as redes sociais, as consultas e os desenhos, adoro trocar esse tempo por tempo para pensar, estar em contacto com o alimento do ano que vem, quais serão as colheitas do ano que vem? Não sei ainda ao certo como vou continuar a comunicar, ainda está tudo em aberto, mas até na incerteza temos respostas.

Se o ano te virou do avesso de diversas formas e 2021 apareça como um grande ponto de interrogação, aceita isso mesmo. Se a vida não te está a dar respostas a longo prazo, vive a curto prazo, com metas diárias e tudo se irá compor a seu tempo.

Celebrar o Yule

Este é um tempo de esperança, uma fé profunda de que os dias vão crescer e que o Sol aquecerá novamente os dias que estão para vir. Neste sentido proponho um pequeno ritual simples.

Vou chamar-lhe “composição meditativa“, para evitar os estereótipos de “altar”. Poderás então reunir os seguintes elementos (fisicamente ou em meditação).

  • Um elemento solar. Pode ser uma vela, uma imagem ou um elemento decorativo que remeta ao Sol, à força criadora e expansiva.
  • Um elemento lunar. Pode ser uma taça com água, uma flor ou um elemento decorativo que remeta à Lua, ao movimento interior, aos ciclos interno e à introspeção.
  • Um elemento que represente uma colheita tua deste ano. Pode ser um objeto real ou poderás escrever num papel uma conquista, uma meta atingida ou algo fantástico que tenha acontecido.

Demora tempo a construir esta composição meditativa, reflete sobre cada elemento e o que ele representa ou pode representar para ti neste momento. Mais do que um conjunto de objetos, este será um momento de agradecimento ao ano que fechamos e um voto de fé no ano vindouro.

Quanto ao Atlas do Ser, as consultas vão continuar a acontecer, em alguns sábados em Oeiras ou à distância. As partilhas artísticas vão continuar a crescer e a ganhar novas formas! Certamente que 2021 contará com muito mais novidades e por isso, se quiseres estar sempre a par de tudo, poderás subscrever à minha newsletter através deste link: http://eepurl.com/dubAur

💛 Feliz Yule!

Saturnália!

Saturnália!

Saturnália, é o festival de Roma Antiga que está quase aí à porta, mas porque estou a falar nisto agora? Há muito tempo que não me tenho limitado a debitar informações vagas sobre os assuntos que me vão chegando, e tenho me deixado levar pelos fundamentos e origens de cada assunto. Este texto na realidade poderia ser sobre Yule ou o Solstício de Inverno, pois foi aí que ele nasceu, mas ao longo da minha investigação deparei-me com a história romana da Saturnália que ressoou muito em mim e partilho convosco.

Esta época festiva foi instituída por volta de 217 a.c. mas os dias festivos que nela se podem incluir já existiam anteriormente. Esta época é iniciada a 17 de Dezembro e termina a 23 de Dezembro, dentro destes dias podemos observar vários rituais e hábitos em torno de Saturno e outras divindades que estão relacionadas a ele, tal como os seus filhos ou Ops sua mulher, ainda assim Saturno é sempre a figura chave, que dá inclusive o nome à época.

Saturno, o Deus do Tempo, assim como das colheitas, e fortunas conquistadas, é uma figura muito retorcida que chega a devorar os seus filhos com receio de que o destronem no futuro. Sendo que por outro lado ele surge nas histórias da região de Lácio como responsável pela chegada da Idade de Ouro, onde transmite sabedoria e conhecimentos únicos para todo o povo de modo a que consigam cultivar as melhores colheitas. Temos então duas imagens distintas do Tempo, a imagem destrutiva que se crescer em medo pode devorar os próprios filhos/sonhos, ou a imagem geradora capaz de agregar conhecimento e aprendizagens para melhorar a forma como crias, vives e te sustentas. Transporta esta imagem para a gestão do teu próprio tempo no ano de 2018, visto que este é o festival que vem fechar os ciclos anuais, e poderás verificar muita desta acção de Saturno sobre a tua vida. Quando é que “devoras-te os teus sonhos com medo?” ou “quando é permitis-te que a sabedoria ancestral te guia-se a novos horizontes”

Dentro deste período, por não-acaso, está o conhecido Solstício de Inverno, marcando o dia mais curto do ano. O Sol termina um ciclo de constantes renovações, fazendo uma última vénia ao planeta e deixando-nos na sombra durante mais tempo que o habitual, antes de renascer com mais força e voltarem a crescer o número de horas de sol! Este dia (21 de Dezembro) é extremamente importante dentro da própria simbologia da Saturnália, onde mais uma vez se fala de celebrar os feitos, glórias e colheitas do ano, em honra de mais um ano onde aplicaremos toda a nossa sabedoria ancestral de forma melhorada e diferenciada.

Proponho que durante este período (de 17 a 23 de Dezembro) faças algumas reflexões sobre estes temas, momentos meditativos ou até pequenos rituais de celebração de tudo o que conseguiste desenvolver e aprender, e reserva também tempo para pensar em como é que vais aplicar tudo o que aprendeste até aqui, agora de forma ainda mais direccionada! Não é necessário um grande ritual ou banquete romano, é preciso apenas que sintas que faz sentido para ti.

A ti que estás desse lado, desejo-te uma Saturnália cheia de emoção e concretização. E que todos os feitos de 2018 te inspirem a elevar ainda mais a esperança num 2019 brilhante, para ti, para os teus, e para todo o planeta.