by Andre Moreira C. | 24.05.22 | Auto Observação
Contexto
Há locais que fazem despertar memórias de vidas passadas, experiências profundas que trazem consigo memórias carregadas de aprendizagens. Algumas vezes “caiu” sem planear nestes locais outras vezes existe um chamado para ativar determinadas memórias. Neste caso a história que vos conto foi acedida na igreja de São Domingos, em Lisboa. Afamada igreja, conhecida por pegar fogo sempre que é reconstruida.
Já há alguns meses que me andavam a empurrar para lá passar, mas não estava preparado para a avalanche de mensagens e por isso dei sempre com o nariz na porta. Há uns dias, a fazer tempo para um evento, reparei que estava aberta e foi quando toda esta visualização chegou até mim. Partilho convosco algumas das mensagens que me foram passadas, desta vida passada mas que ainda encontra pontos comuns com as presentes que vivemos.
Mensagem da igreja de São Domingos
Choravas intensamente, quase que me atrevo a dizer que choravas pelos dois, por tudo aquilo que eu não fui capaz de chorar naquele momento. Ouvi mais do que simplesmente o teu choro e dor, ouvi também os gritos e as palavras de ódio da plateia onde eu próprio estava. Uma plateia segura, uma plateia que me matou por dentro.
Hoje tenho um novo nome, um nome que é símbolo de liberdade mas também símbolo de um preço demasiado elevado a pagar. Decidi mudar, tomei a decisão com base em medo e opressão, não foi uma escolha simples mas no momento parecia o mais seguro a fazer. Abandonar a nossa herança é mais do que mandar fora uns conceitos e dias festivos, é assumir que gerações inteiras morrem ali, naquele mesmo momento connosco. Fugi para uma cidade banhada de luz, onde pensei que poderia ser possível viver a paz e integração. Com fama de acolher povos de todos os quadrantes. Mas foi sol de pouca dura, rapidamente as ameaças tornaram-se mais constantes e o medo começava a oprimir os meus para as ruas e becos mais escuros da cidade.
Chegou o momento de sobreviver renegando tudo o que aquilo que me tornava a pessoa que era. Não mudei apenas o meu nome, matei os ancestrais e trai a minha própria alma. Cego, acreditei que estava a trair-me apenas a mim, que não te levaria comigo para um lugar negro de dor, assumi que a minha segurança seria também a tua.
Agora, mudado, não posso mais regressar ao beco onde vives, eles vão perceber que a mudança é falsa! Preciso perpetuar a mentira de viver seguro enquanto apunhalo todas as minhas crenças.
Não queria aqui estar, só queria estar vivo, mas agora que aqui estou penso que preferia ter ido contigo, porque enquanto o teu corpo se torcia de dor o meu coração morria de forma agoniante. O meu novo nome deu-me o pesado privilegio de estar na fila da frente quando o cortejo de corpos odiados passava. Arrastavam-te pela rua com o teu nome original associado a palavras de ódio e repudio. Junto do meu ombro houve homens que te cuspiam e eu só podia estar ali, a morrer por dentro. Eu cuspi a minha própria alma em praça pública. A assumir uma escolha segura, escolhi a morte mais lenta e dolorosa.
Compreendi ali a dura lição do que realmente pode custar escolher a segurança em função da nossa essência. A escolha segura pode ser dolorosa e pode destruir o teu coração.
Não houve mais nada que salvasse a minha alma depois daquele dia em plena praça pública, a assistir à morte de tantos que me eram queridos. Na plateia deixei morrer a herança, a história e a magia da minha individualidade.
Não deixei chacinar novamente tanta informação, irei manter viva a chama da essência única no meio do nosso coletivo.
Ao perdão de todos os que se converteram. Por todos os que nunca negação as suas heranças.
by Andre Moreira C. | 18.01.19 | Auto Observação
A primeira vez que estive em contacto com informação sobre vidas passadas aconteceu há muitos anos, não consigo indicar uma data certa, mas é um daqueles temas que mesmo que não te envolvas muito no “universo espiritual” acabas sempre por conhecer e falar sobre ele. Nesse primeiro contacto houve muita coisa que me fez sentido conhecer visto ser um tema que nos vai afectando o dia-a-dia, através de emoções que não se explicam desta vida, memórias de antepassados, ou até aquele momento em que “reconhecemos” quem nunca “conhecemos“.
Apesar de ao longo de vários anos ter encontrado autores que realmente têm bastante valor quando dissertam sobre esta temática, houve sempre algo em mim que me levava a ir mais longe. Houve sempre algumas memórias ou visões que não me pareciam ser apenas por experiências passadas, como por exemplo existirem várias memórias de vidas demasiado próximas temporalmente, coexistindo ao mesmo tempo.
Através de algumas investigações sobre teorias que viabilizam a possibilidade de outras dimensões, não visíveis a olho nu, ou mesmo a hipótese de existirem universos totalmente paralelos, e estas “portas” que fui abrindo podem levar a uma reconstrução daquilo a que chamamos de “vidas passadas“, podendo ser efectivamente uma vivência paralela e não passada.
Imagina uma célula do teu corpo, com todas as suas funções e composição, agora entra dentro célula observando o seu núcleo e a sua estrutura, quanto mais profundamente observamos, mais entendemos que o factor tempo vai se tornando cada vez mais abstracto. Mergulhamos nessa abstracção imaginando que cada molécula ou partícula subatómica pode através de leis quânticas, estar em mais que um posicionamento no mesmo instante temporal, ultrapassando as ideias mais comuns sobre a deslocação a interacção dos elementos. Neste ponto podemos então imaginar que a mesma partícula pode transportar informação energética entre pontos completamente distintos, e que hoje, sentado no sofá, posso estar a partilhar informação energética contigo que estás desse lado a ler. Aumentemos ainda mais o grau de abstracção, rasgando as leis do tempo, esta partícula poderá estar presente em mim assim como numa pessoa que se encontra a lutar uma grande guerra no passado. É lógico que tudo isto são situações hipotéticas e que não há, nem pretendo ter neste momento, provas científicas sobre esta teoria, contudo acredito que este tipo de trocas energéticas e/ou quânticas faz baralhar a expressão tal como tem sido utilizada de “vidas passadas”.
A mecânica quântica é a teoria física que obtém sucesso no estudo dos sistemas físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala atómica, tais como moléculas, átomos, elétrons, prótons e de outras partículas subatômicas, muito embora também possa descrever fenômenos macroscópicos em diversos casos.
Segundo a minha observação empírica, estas trocas energéticas existem à nossa volta, e as memórias que podemos estar a aceder em sonhos, meditações ou terapias podem vir da nossa consciência colectiva e não de uma experiência realmente pessoal e passada. Contudo não pretendo retirar-lhes o seu valor, acredito que sempre que acedemos a estas memórias estamos a aceder a chaves que nos levam a entender melhor o nosso actual estado emocional, energético ou psicológico, apenas não nos pertencem a nós exclusivamente mas sim à consciência colectiva global.
Tocando também noutra teoria conhecida, de que a Terra foi orquestrada para ser uma biblioteca cósmica viva, uma das 12 bibliotecas cósmicas (livro Terra – Chaves pleidianas para a biblioteca viva, por Barbara Marciniak, 1997), podemos intuir que todas as nossas vivências fazem ou vão fazer parte de um grande compêndio de conhecimento, e que a cada vida que vivemos estamos a acrescentar estrutura e complexidade a esta biblioteca. Nesse sentido, as memórias/informações passadas que nos são reveladas podem ser “capítulos anteriores” desta grande biblioteca, e que por isso cabe a nós fazer algo diferente ou melhor face a essa memória/informação.
Este é um pequeno resumo daquilo que eu, a título individual, tenho de facto intuído, não retirando o valor de todas as mensagens que já recebi, entendo hoje que muitas podem ser de facto visões que me são encaminhadas para ajudar na compreensão do que estou a viver no momento presente. Estas teorias também abrem portas à existência de partilha destas memórias entre todos nós, por exemplo em terapia, quando o terapeuta acede a informação da pessoa que está presente em consulta.
Sente-te livre de divagar um pouco mais neste tema, acrescentar-lhe pontos, ou refutar o que está aqui escrito!
Vivemos para complementar a realidade uns dos outros.