Orgulho e a lei do ritmo

Orgulho e a lei do ritmo

O orgulho é algo que normalmente vem muito associado aos nossos cargos, ao nosso plano financeiro, postos de trabalho, funções na vida, mas desde há bastante tempo que este sentimento tem estado presente em novas formas na minha vida, tem sido como estar a conhecer outras camadas deste sentimento. E é por esse motivo que partilho convosco parte daquilo que sinto.

Uma das facetas do orgulho está ligada à lei universal do ritmo. Tudo vibra, tudo está em constante mudança e movimento, mas o ser humano viu vantagem na estabilidade, nos factores que se tornam fixos e imutáveis. Não nos podemos culpar por esta decisão, os nossos cérebros estão preparados para criar este processo todos os dias, “isto não vai a lado nenhum? Boa, então posso focar a minha atenção noutro lado!” é aquilo que o cérebro nos diz a cada tarefa do nosso dia-a-dia. Mas o mundo funciona num equilíbrio dinâmico bem mais complexo que isto, e estando a visualizar a nossa vida aparentemente estável de perto, pode parecer que tudo está parado. Agora afasta-te e tenta entender o grande plano da tua vida, quantas coisas que chegam a ti simplesmente porque este equilíbrio intangível acontece à nossa volta? O oxigénio chega à nós através de processos que envolvem areias dos desertos africanos e florestas húmidas sul-americanas, e tudo viaja, as moléculas mudam de estado, o ar e a água interagem numa dança constante. É uma dança natural que acontece há milénios.

Na minha humilde opinião, todos nós deveríamos pensar se não estamos a ser orgulhoso em manter estanque aquilo que foi feito para ser livre e permeável. Quanto mais vezes eu me abri ao desconhecido e à mudança natural e cíclica, mais firmeza interna ganhei, apesar da aparente “instabilidade” da mudança em si.

A nossa estabilidade não se mede pelo número de coisas que mantemos seguras e presas ao nosso redor, mas sim à estabilidade interna quando tudo à nossa volta está a mudar e ser transformado.

A lei hermética do ritmo, fala de que tudo tem um fluxo e um refluxo. Tudo tem um auge e uma decadência. Tudo flui nesta sequência de expansão e retração, uma transformação constante universal, da qual não estamos imunes. Aceitar que algo já atingiu o auge, e viver com graciosidade a sua decadência e renascimento numa nova forma.

Aceita a mudança sem culpa, vivendo a suavidade das ondas de criação universais.