Anita descobre a valorização

Anita descobre a valorização

O valor que atribuímos ao nosso ser está intimamente ligado à imagem que temos de nós, à forma como imaginamos o nosso futuro e como pensamos sobre as nossas ferramentas inatas. Ainda que tudo isto seja pessoal e interior há muitas mensagens externas que nos dão um bom empurrão para esta observação.

Quando foi a última vez que alguém disse que fazias algo muito bem? Que algo era inato em ti? Que simplesmente tens queda para a coisa?

Estamos todos ligamos na nossa malha social e vamos fazendo “espelho” uns aos outros, de forma a que indiretamente todos recebamos mensagens externas sobre o processo interno.

Será que a Anita sempre teve a capacidade inata de ir ao zoo para salvar o dia?

Quando estamos em piloto automático a resolver as coisas normais da vida é complexo parar para ter um momento de reflexão sobre o que estamos a fazer bem. Por isso acredito que a Anita quando foi ao zoo, não estava a pensar como é fantástica a explorar novos locais e sempre atenta a tudo e a todos, pronta para salvar o dia. É preciso uma ajudinha da audiência! Há sempre um Robin para o nosso Batman. Quem chega e diz “bolas, fazes isto aqui mesmo bem!”. Porque as nossas capacidades mais inatas muitas vezes são as que mais dificuldade temos em valorizar e observar, precisamente por fluírem através das nossas ações de forma tão natural que nem lhes damos importância.

Vamos falar de valorização em esforço?

Pois é, ainda estamos com muitas gerações de esforço, sangue e suor para conseguir coisas e uma capacidade inata e indolor é imediatamente colocada no lixo porque “não custou nada, logo não vale nada”. Mas como seria uma sociedade se cultiva e enaltece as capacidades que todos nós fazemos com uma perna às costas, uma carica no olho e uma vassoura no c… ? Que sociedade diferente seria esta! Sem o peso de que o inato é inglório.

Nos últimos tempos têm existido grandes desafios, não estamos propriamente a passear no zoo mas certamente muita gente está a passear na selva astral! Os grandes movimentos sociais e globais continuam a moldar o nosso dia-a-dia e a moldar de certa forma os tempos vindouros.

Mas nem tudo é um desafio intenso e global, há desafios pessoais e simples de resolver onde, certamente, passas com sucesso e há por ai um “Robin” para te dizer “uau, eu não conseguiria resolver como tu”. Tens ouvido esse eco da audiência? Às vezes passa ao lado mas tenho a certeza que ando por aí.

Ouve com carinho os comentários, compreende como eles podem ressoar dentro de ti. Certamente que há ouro nestes comentários. Muitas vezes são capacidades que não andamos a observar.

O contrário é possível?

Claro! Às vezes também é através da audiência que recebemos aquele “estás mesmo com ar cansado, isto está a desgastar-te” para te chamar a por os pés ao caminho. Certamente estarás a insistir numa coisa que te drena constantemente.

Atenção que o processo de valorização não passa pelo outro, continua pessoal, mas as mensagens externas são as estrelas que te podem guiar à noite. Aproveita bem este céu estrelado. Os outros apenas ajudam a fazer com que prestes atenção, depois farás o teu caminho da real valorização.

Navega esse caminho com carinho pelas ligações aos outros.