Padrões e sinais do universo

Padrões e sinais do universo

Este é um artigo muito pessoal, pois acredito que uma experiência pessoal pode ser tida como um bom exemplo para a comunidade em geral. Cada um de vocês transformará estas breves palavras para as vossas vivências únicas.

Em consulta é muito muito eu dizer que as pessoas precisam de se afastarem dos bloqueios para entenderem o padrão que ali está representado, mas isso nem sempre é um processo simples, as emoções e reações espontâneas normalmente ganham terreno nestes momentos. Comigo não é diferente, nem sempre é simples afastar-me para analisar.

Nos últimos tempos tenho sentido um forte bloqueio com determinadas pessoas no meu círculo profissional, sendo que de forma reativa eu estava a assumir “cansaço” da rotina, maior pressão global pelo momento de pandemia que estamos a viver, mas sem olhar para o verdadeiro bloqueios em questão. Tentando apenas “procurar culpados”. Passado algum tempo aconteceu-me algo semelhante mas fora do contexto laboral, foi o gatilho que me faltava para eu entender que aquilo não era mais um sinal de cansaço mas si uma questão de padrão.

Após uma reflexão mais profunda entendi que o que eu estava a repudiar eram todas as posturas de desespero cego, de pressão e pressa desmedida e sem olhar para a realidade dos factos. Aquele tipo de pessoa que diz “que é para ontem!”, “mas isso tem que ser já!”, “não consegue mesmo fazer já isso?”. Esta postura é extremamente desrespeitosa para com o próximo pois imprimir uma pressão e uma prioridade que só diz respeito à própria pessoa e não a quem está a resolver efetivamente as questões. Entendi que eu próprio fui, durante muitos anos, essa pessoa comigo mesmo, trabalhando horas a fio por me auto-impor prioridades desmedidas e por exigir um grau de exigência grande dos outros também.

Nos últimos anos, em que me fui encontrando mais com o meu lado terapêutico e espiritual, desenvolvi um maior respeito por este estado de ansiedade, trabalhando-o para que esteja ativo em situações de real importância ou urgência, mas acalmando-o em situações que de nada têm de urgente.

Estas pessoas aleatórias que estavam a chegar a mim através do trabalho e de pessoas conhecidas, estavam a mostrar-me de que inconscientemente eu voltei a acumular ansiedade em pontos que não é benéfico estar ansioso nem estar com pressas. Em nada este processo esteve ligado com o cansaço da função ou com o “não aguento estas pessoas”, eu é que já não me estava a aguentar a mim mesmo, pois estava a regressar sem querer ao velho padrão.

Exercício

Sempre que o universo te está a passar os mesmos sinais, sempre que sentes que há um padrão nos aspetos que te bloqueiam, aproveita para decifrar essa mensagem! Afasta-te das pessoas, funções e dinâmicas para entender qual é realmente o ponto chave que une todas as experiências. Esse ponto comum é o gatilho para um trabalho mais profundo de crescimento pessoal.

Japamala e as suas lágrimas de Shiva

Japamala e as suas lágrimas de Shiva

Japamala (Japa = repetição, Mala = cordão ou colar) é um objeto antigo de devoção espiritual, conhecido também como rosário de orações no ocidente. É um artesanato muito utilizado para ajudar nas orações e mentalizações como marcador. Temos então duas correntes: uma espiritual, “Japa“, e outra material, “Mala“. Assim, as energias espirituais invocadas “Japa” energizam o “Mala”.

Um japamala é geralmente composto por 108 contas e o “meru”, conta central que marca o início e o fim do mala. Também é possível encontrar japamalas menores, variando de 27 ou 54 contas, todas sub-divisões de 108. Ao se completar o circuito de 108 repetições da oração, mentalização ou mantra, alcança-se um estágio superior na consciência. (estágio que ultrapassa as fixações da mente, mantendo a consciência concentrada em si mesma)

Podemos encontrar japamalas com contas de madeira, cristais ou sementes. Uma das mais usadas são as sementes de Rudraksha, tiradas do fruto – semelhante a uma noz da planta de mesmo nome. É-lhe atribuído mais valor curativo de acordo com a obediência a certos fatores: coloração (as mais claras têm mais poder curativo), aparência (conservadas, indenes, não lisas) e número de faces (mukhi), que deve ser definido e quanto maior a sua quantidade, mais valor sentimental, financeiro, afetivo e curativo dá à semente.

rudraksha

As sementes de rudraksha também são conhecidas como “Lágrimas de Shiva” pelos hindus. De acordo com o grupo de artesãos que confeccionam japamalas, a tradição hindu conta que após um longo período de meditação, Shiva abriu seus olhos e lágrimas cairam no chão. A partir destas lágrimas nasceram árvores de rudraksha. Por isso é muito comum Shiva ser representado utilizando um japamala de rudraksha.

O nome rudraksha ou rudrākṣa, em sânscrito, é um termo composto (rudra (रुद्रः) = deus dos trovões + ākṣa = olho) que é dado tanto a esta árvore como também a seus pequenos frutos e sementes, sendo estas muito prezadas por suas supostas propriedades sagradas (Sri) e curativas de acordo com o sistema tradicional de medicina da Índia.

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