Recentemente algo mudou, não foi possível prever a mudança, simplesmente aconteceu. Um alinhamento cósmico? talvez.

Num impulso, enquanto falava com uma amiga, comprei uma paleta de eyeliner néon com cores que fazem qualquer pessoa chorar de alegria. Mas o que raio tem isto a ver com a informação normalmente no blog, sobre evolução espiritual e desenvolvimento pessoal? Tudo! Na realidade todas as pequenas escolhas no nosso quotidiano têm um impacto no nosso desenvolvimento pessoal, pois tudo somado vai moldando a realidade onde nos movimentamos.

Apesar deste ato, à distância, parecer ser apenas um impulso meio louco apenas, ele levantou imensas questões estruturais. Talvez a mais importante seja a minha própria expressão de género mas deixo essa para o final.

Ser observado

O jogo social de observar e ser observado é jogado todos os dias, mesmo sabendo que podemos “jogar discretamente”, sabemos que é uma escolha estarmos ou menos camuflados no padrão social. Nem estou a falar de “dar nas vistas” falo de sabermos que há momento em que queremos sair da norma outros onde preferimos passar sem sermos detetados.

Há dias em que emocionalmente preferes não ter destaque, há partes do corpo que preferes não evidenciar pois não estás 100% confortável com elas, existem vários motivos para escolher o “smart office chic” para ir trabalhar para lá do “isto fica-te bem”.

Escolhi pintar os olhos, aqueles que estão bem no meio da cara, aqueles para onde todos olhos quando falam contigo, aqueles que até o teu telefone segue quando ligas a câmara porque sabe que é a tua cara! Impossível tomar este salto de forma discreta e isso foi maravilhoso.

Apesar de algum nervoso miudinho, reparei que todos estavam a dar muito menos importância a esse facto do que o meu cérebro tinha antecipado. Quase que fui ver-me num reflexo qualquer para entender se tinha saído tudo sem eu dar conta!

Não vale a pena antecipar “o drama” (qualquer um) antes do momento presente estar a acontecer!

Disse André um dia no tempo

O resgate do poder

Este processo de assumir algo marcante, que não se esconde, “está na cara”, é um processo de resgate de poder pessoal incrível! Tens que replicar? Não da mesma forma que eu estou a fazer mas à tua própria conta e medida, sim!

Internamente houve um movimento de validação pessoal de que “eu posso”, de que não sou “menos” mas sou ainda mais do que já fui. Este poder pessoal todo sabe a liberdade de expressão, liberdade que se vai conquistando a cada experiência pessoal.

Expressão de género…

Pois é, grande questão esta que se levantou sobre a minha própria expressão. O que é afinal o masculino, o feminino, o que não é binário em mim e para mim? Todas estas questões se levantaram em mim e eu continuo a sentir que o que eu escolho usar não têm género. Ou melhor, que os meios não têm género, não reside na cor, no material, no corte, na maquilhagem, nos sapatos… A expressão de género realmente reside na forma como assumimos as coisas (na minha singela opinião).

Explicando melhor, a maquilhagem não me usa a mim, eu uso a maquilhagem, logo sou eu que “imprimo” nela uma pegada vibracional e intencional para que expresse o que me vai na alma.

Regressando à evolução pessoal e espiritual, quando mais singulares somos com o nosso verdadeiro sentir, quanto mais honestos somos com as escolhas do dia-a-dia, mais próximos estaremos de ser únicos e de atingirmos um nível de confiança estrutural incrível. Por isso brinquem e experimentem muito convosco, pois isso é a chave para conseguirmos compreender o que faz realmente sentido para cada um de vós.

Não tenham medo de arriscar com o vosso próprio corpo.